quarta-feira, 27 de abril de 2011

Resenha - Filme – Laranja Mecânica




    Em primeiro lugar seria importante entender o significado do título do filme, “Laranja Mecânica”. A laranja em si é natural, assim como o ser humano também é natural, sendo que o ser humano é dotado de vontades, podendo optar por agir de forma boa ou má. Se a laranja é mecânica então não é natural, se o homem é mecânico ele também não é natural em suas escolhas, podemos entendê-lo como um ser manipulado. Um ser humano que é impedido de praticar o mal sendo apenas bloqueado para não agir perversamente por meio de punição não conseguirá desenvolver atos de bondade.
    O filme mostra um jovem, Alex, ele e sua gangue (druguis) espancam pessoas, violenta mulheres, isso para satisfazer instintos sexuais, de agressividade e destruição, por outro lado ele é um apreciador de música clássica (Beethoven). Alex é preso por assassinato, e vem a ser submetido a experiências que tem como objetivo retirar de sua estrutura os instintos de violência.
    A experiência trata-se de um procedimento de condicionamento clássico pavloviano, uma terapia experimental de aversão. Utilizou-se de métodos de punição para que viesse a cessar o comportamento de violência. Deste modo buscando a extinção, ele associaria as ações violentas com as dores a ele provocadas, isso por meio de sessões com utilização de filmes, sob a influência de um novo soro, drogas, dentre outros. E assim Alex é condicionado a responder com fortes náuseas a violência. E como vemos no filme quando ele ganha a liberdade, antes de ser liberto ele passa por uma demonstração dos resultados da pesquisa. Primeiro ele é agredido, e cai no chão tendo fortes náuseas, quando surge ao palco uma mulher seminua ele também não consegue executar seu desejo de violentá-la agressivamente, as náuseas são mais fortes.
   Nesse momento do filme um padre questiona a ética deste experimento, posto que o ser humano seja dotado do livre arbítrio. Por isso pode-se perceber que o filme também é uma crítica a sociedade que controla por meio da punição não levando em consideração a singularidade do sujeito.
   Ainda pensando a questão da ética, os cientistas modificaram o organismo fazendo com que ele respondesse de determinada forma a exposição de violência, e o devolveram ao um ambiente hostil, sem orientação, sem se responsabilizar pelo que poderia vir a acontecer com este sujeito.
    É interessante observarmos como os instintos agressivos não deixaram em momento algum de estar contido no sujeito, ele simplesmente não conseguia manifestá-los. 
    Alex retorna a sua vida, mas não é aceito pela família. Ele é espancado por ex. vítimas, o idoso mendigo, juntamente com mais moradores de rua, dois policiais que eram de sua gangue também o espancam.  Ele vagueia sozinho até chegar à casa de um escritor, onde ele e sua gangue haviam espancado o escritor e violentado sua mulher, que chegou a falecer. O escritor o acolhe, mas descobre quem ele é por ouvi-lo cantar “Singin' in the Rain”, que ele havia cantado enquanto estupravam sua esposa, a partir daí o escritor trata de colher dados para utilizar contra ele, droga-o e tenta fazê-lo suicidar-se com a 9ª sinfonia de Beethoven, que havia erroneamente sido condicionada também a provocar náuseas, pois ela havia sido tocada em um dos vídeos de violência usado no experimento. Alex sobrevive depois de pular da janela do quarto aonde havia sido trancado.
    Depois da recuperação, é notório que ele parece o mesmo de antes, os instintos sexuais e violentos que são seus traços marcantes sendo expostos em sua fala. O governo oferece a Alex algumas boas oportunidades, isso para limpar a imagem que havia ficado do experimento que não havia sido bem sucedido.
    Acredito que poderia sim ser feito um trabalho com este sujeito, mas levando em conta sua singularidade, fazendo uma busca profunda, e conhecendo aspectos a serem reforçados, e aspectos a serem extintos de forma ampla, dando oportunidade ao sujeito de avaliar-se, chegando a conquistar uma assertividade em suas atitudes com relação ao convívio social. 
    O sujeito assertivo proporciona aos indivíduos uma melhor qualidade de vida, pois ele consegue gerir bem suas relações pessoais, o sujeito inassertivo, pode ser passivo demais, no caso do personagem Alex, a questão seria a agressividade, o sujeito agressivo desconsidera os desejos do outro, tentando alcançar os próprios desejos de qualquer forma. Ele é socialmente inapropriado e normalmente é inflexível e rude no trato com os outros.
    Podemos pensar toda essa questão de se encontrar uma forma de tratamento que leve em consideração o sujeito como sendo uma questão ética, respeitando a subjetividade do sujeito, e entendendo nosso papel profissional, como o de uma ajuda, uma orientação para que o sujeito se encontre.

   
Referência Bibliográfica

KUBRICK, Stanley. Laranja Mecânica. São Paulo: Warner Bros, 2002.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mudanças


   
A vida é cheia de surpresas, veja só, me descobri mais forte do que me considerava. Enxerguei em mim possibilidades de sentimentos e formas de lidar com cada um deles que antes eu nem sabia que existiam, me tornei mais livre. Sabe quando se põe algo na cabeça e aquilo se torna uma idéia fixa, pois então, estagnei minhas possibilidades de felicidade a uma única saída que eu enxergava, mas quando dei por mim não era aquilo que eu realmente sentia, eu só estava com medo, e o medo me paralisou.
    As respostas estavam todas comigo, mas eu não as queria ver, busquei respaldo em um sentimento equivoco, e agora tudo mudou e ganhou um sentido maior. A liberdade de pensamento, de querer veio me permitir sair da melancolia, da amargura e partir pra outra atmosfera onde eu posso cuidar de mim e da vida que carrego comigo.
    Hoje eu acordei, e me senti renovada, ciente da importância que cada pessoa tem na minha vida, da necessidade presencial de cada um, mas em primeiro lugar estou eu, pois eu tenho que estar bem para receber cada pessoa da maneira que ela é e como e quando tivermos a oportunidade de compartilharmos momentos.
    A vida é mesmo essa caminhada constante, sempre aprendemos algo, acho que aprendi muito sobre amor, antes eu me via sozinha, agora não, os amores não são iguais. Os sentimentos podem ser conduzidos segundo a maneira como os encaramos, acho que a vida não tem que ser vista de forma tão séria quase rabugenta, porque não é assim que se consegue afeto.
    O amor está em cada um de nós, e temos que buscá-lo dentro da gente, se não se está bem consigo mesmo de nada adiantará buscar no outro, a sede nunca cessara, e as forças do outro se esgotaram. Percebi e vivenciei essa necessidade de me encontrar comigo mesma e me amar como prioridade, e amar ao meu filho (ª) também como prioridade porque ele (ª) é um ser que dependerá de mim, então tenho que estar bem organizada quando ele chegar. Isso tudo me encheu de esperança, aquele desejo incontrolável de ser feliz hoje.
    Essa benção que carrego em meu ventre está fazendo de mim uma pessoa melhor, está me preparando desde já para todas as mudanças que ocorrerão, mudanças essas que me fazem sentir-me especial. O amor é isso, é sentir-se especial e não depender de alguém exclusivamente, mas de todos, pois somos todos filhos de Deus.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tristeza ....


    
Hoje é dia de festa, visto o vestido bordado com linhas em formato de flor, escolho entre os meus sorrisos o mais sincero, maquio a tristeza e danço pra aliviar a alma da dor que tanto a atormenta. Hoje é só mais um dia, não importam os quantos eu tenha que enganar, não importa se é inverno ou é verão, o vestido é sempre o mesmo pra tais ocasiões. 

    De longe vejo minha vida e os rumos que ela pode tomar, mas tudo é tão incerto que dói estar no meio de tanta gente sem conseguir pronunciar uma palavra, pois quando a boca se abre as lágrimas caem. Preciso de um pouco de atenção, preciso de um abraço, ou um aperto de mão, preciso de alguém que me ame. Alguém que me liberte dessa veste, que me transporte para outra galáxia talvez, que desperte em mim outros sentimentos. Preciso ficar bem!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Amor - Sentimento



    Não sei onde começa o amor, se ele começa em mim ou se o conheço pelo outro, o amor é enigmático. Parece uma loucura, pois é loucura buscar afeto de alguém tão diferente, com valores diferentes, ideais de vida às vezes opostos.
    O amor que sinto por mim me faz pronta para amar a outro alguém sem juízos de valor, me faz pronta para também perdoar esse alguém e abrir mão do relacionamento quando assim faz-se necessário. Assim que falo do amor, sempre o meu bem estar em primeiro lugar, mas na prática nem sempre é assim porque é uma fuga minha, me anulo, assim beneficio o outro, ou prejudico ambos, por não dar oportunidade ao outro de conhecer meus sentimentos.  
    Amar é muito mais que dizer “eu te amo”, é muito mais que estar perto o tempo todo, percebo muitas situações em que se tem a pessoa amada perto fisicamente, mas não se sabe nada dela, e mesmo perto continua distante.
    Quando não se tem liberdade para agir de determinado modo perto dessa pessoa, de falar certas coisas, de dizer de si totalmente, nesse ponto deve-se parar e refletir, por que estar com alguém com quem sequer tem confiança para ser plenamente o que é. Por que estar com alguém de quem se tem medo do julgamento moral?
    A hipocrisia reina solta, e as pessoas não têm noção do quanto isso faz mal para elas próprias, se alguém vive fingindo, para o enganado tanto faz, ele não tem consciência da realidade, nem do sacrifício que o outro faz para sempre agradá-lo, quem sofre é quem está fingindo, até porque não dá pra fingir a vida inteira, no fim ele sofre mais.  
    Acho que não estou numa boa fase para falar de amor, mas o tema surgiu e eu o acolhi. O amor não é como nas novelas, nem nas comédias românticas, não é como dizem as músicas melodramáticas, amor é aceitação incondicional, é permitir-se e viver sem arrependimentos, porque o amor não é eterno, ele morre como tudo nessa vida.  
    Amar, amar... Amar sem se anular, e sendo completo ao outro, complicado isso. Mas vale a pena tentar, porque o amor nos faz melhores, mais maleáveis, mais felizes.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

VOA



Quis tanto que me ouvisse, e confiasse em mim, mas sem confiança preferi calar-me.
Por que falaria?
Pra que me humilharia pedindo que ficasse?
Só porque te amo?
Será que vale a pena amar alguém assim?
Vá! Viva seu momento!
Mas não se esqueça que eu te quis de qualquer jeito.
Não peço que se liberte da prisão.
A prisão está em ti.
Aqui e ali, você é livre.
Mas e o coração?
Eu me ajeito, e os amores morrem.
Esvaem-se com o tempo!
Percorrem caminhos de dor e solidão.
Mas no fim tanto faz.
Pode ter sido passatempo ou contratempo!
Estou aqui, estou em paz!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Meu Querer



Se eu quero e você não quer, por que eu iria abrir mão?
Com que direito julgas o meu sentimento?
Com o direito de não ter direito sobre mim irmão?
Quer fazer de minha vida um tormento?
Não sou seu!
Você não é meu!
Dê a si próprio o apaziguamento!