segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

E, de repente, tudo muda…


Eu mudei, mudei muito mais que um corte de cabelo, muito mais que canções preferidas. Neste ano eu mudei a minha vida dando um novo sentido a ela. Foi um ano onde eu fiz o que eu queria fazer, disse o que eu precisava dizer, me aventurei, me apaixonei, sofri, chorei... Lutei com unhas e dentes, mas desisti no momento oportuno... Neste ano Deus me presenteou com um filho, e fez dele minha razão de viver, minha força maior pra acreditar e fazer acontecer mesmo em momentos de dificuldade. Reconheci e descobri amigos, estes que estiveram ao meu lado quando mais precisei. Mudei meu conceito sobre o amor e descobri que também fico bem sozinha, porque um relacionamento surge para completar quando estamos bem resolvidos. Neste ano eu virei à mesa, hoje sei que sou bem mais forte do que pensava, não permiti que a vida parasse.. Eu fui e vou enfrente com fibra e determinação.

sábado, 30 de julho de 2011

Vinte e Nove de Julho

      
       Quando olho ao redor, busco sempre por algo, é uma busca incessante e inconsciente. Se me perguntarem o que busco quando meu olhar percorre minuciosamente cada canto, cada rua sem fim, eu não saberei explicar, sei bem que você não está lá, sei que de nada adianta perder noites de sono chorando, caminhar solitária na noite escura.

       Quando meu olhar se perde, a busca está ocorrendo dentro de mim, sentimentos se entrelaçam, e tudo que eu quero é que você esteja bem onde estiver. Que haja uma ligação onde nossos pensamentos comunguem da mesma paz, e é essa minha busca, paz, porque o amor só com você por perto.

      E enquanto você não me chega olho pra lua, e recordo cada momento que vivemos juntos, e eu sei que sem você por perto nada tem graça, tudo perde a cor, mas sei também que essa é nossa realidade. Então aguardo você chegar com meu mais belo sorriso, porque o que vale hoje é o que você me faz sentir. Preciso dizer que te amo?

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Solidão


        O coração fica apertado, dói demais à solidão. Falaram-me que é assim mesmo, mas que logo passará. Esse “logo” demora tanto! Talvez demore porque eu revivo a cada momento do dia a felicidade que é passado, mas o que posso fazer se esse passado é tudo que tenho nesse presente. Querer arrancar de dentro de mim um sentimento é desprezar a beleza que é própria dele, um amor que não exige que apenas ame e por nada ou ame por tudo.


Estou confusa! Alegre demais, triste ao extremo... Corro, fico parada e nada sei... Não sei mesmo, mas se quer saber, também não quero saber de nada, quero apenas essa falsa verdade que me faz tão bem!      By: Sandra Freitas


segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ser como é, ou ser como querem...

     
O ser humano tem uma necessidade imensa de agradar aos outros em primeiro lugar, desta forma, vindo muitas vezes a anular à pessoa que se é de verdade. Acredito que querer ser outra pessoa é desperdiçar a essência de ser um ser único, que deseja em sua subjetividade, e que não podendo executar esses desejos se torna um animal domesticado. O animal domesticado perde sua autonomia e passa a ser dominado, ele se entristece no cativeiro.
       Temos o poder de decidir, e decidir por isso ou aquilo parece algo doloroso, porque se perde algo para adquirir aquilo pelo qual se apitou e isso nem sempre é seguro. Mas o que é seguro? Se formos pensar bem não há nada seguro, não há nada eterno, então correr riscos faz parte da vida, e talvez seja isso que faça a vida ser vida tendo emoção.  
       É normal hesitar diante de uma situação que pareça insegura, mas não dá para passar a vida toda evitando tomar atitudes, isso é anular-se. Não dá pra usar máscaras o tempo todo, elas caem. Quando se aceita uma situação para agradar ao outro se perde de si, se perde a chance de viver outro momento.
       Mas nada melhor que o tempo, com o tempo percebe-se que para ser feliz com outra pessoa é preciso em primeiro lugar ser feliz consigo próprio, é preciso aceitar-se tal qual é, e nesse momento tem-se a chance de ver que não se faz necessária a máscara e que amor é aceitação. Quando há doação sincera não há necessidade de fingir ser alguém perfeitinho, ou seja, se há verdade o outro saberá que não há pessoa perfeitinha. Somos apenas pessoas, mas somos pessoas únicas.

“Durante toda a minha vida tenho tentado agradar a outros. Durante toda minha vida agi como os outros. Nunca mais farei isto! Se eu perder meu tempo tentando ser outra pessoa, quem perderá tempo para ser eu?”      Byron Mickow

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A vida passa rápido!


Quando crianças, vivemos sem ter noção de tempo. No espaço da criança cabe tudo, pais, amigos, brinquedos, sonhos, faz de conta, a criança ainda não tem sua identidade e suas buscas, por isso a razão dela é ser feliz. 
Mas quando crescemos tudo isso se perde, embora tenhamos o desejo de ter tempo, de conseguir conciliar a vida adulta e as necessidades que está requer aos momentos prazerosos. Por que a vida tem de ser tão pragmática?... A verdade é que a vida foi feita pra sermos felizes, pra curtirmos momentos, pra sorrir e para amar... Esquecemo-nos disto e perdemos tempo! Tempo, Tempo, Tempo... A vida passa rápida e não há como recuperar esse tempo, por isso não perca tempo com rancores, ame com verdade, diga o que sente, rasgue o peito e tenha orgulho de você! 
Viva intensamente cada momento! Seja adulto, mas não deixe de lado a criança, pois a criança é sábia nesse assunto de ser feliz!!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Esperar...


Espero por algo que venha e traga a tão sonhada felicidade do dia, ter esperança é estar vivo.
Estou sempre buscando conhecer-me, desejando que nesse emaranhado de encontros e desencontros haja momentos felizes e que esses momentos sejam prorrogados.
Quero caminhar sem pressa, hoje sei que nunca se chega lá, talvez à morte seja essa “lá”.
Nós vivemos desejando ser detentores do tempo e do destino, quando chegamos a descobrir que não há esse controle, a gente se descontrola, desorganiza e depois organiza novamente, mas com uma grande diferença, a sabedoria.
Nos sentimos culpados por desejar, por sonhar, mas desejar e sonhar também são características de vida, quando não se tem mais nem isso a vida perde a razão.
Esperar por alguém, amar esse alguém em silêncio, cada momento é único, há sim o momento de ir à luta por aquilo que se deseja, mas há também os momentos de tranqüilidade, e nesses esperar talvez seja o melhor caminho.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Saudade de Você


Composição : Leoni / Cris Braun / Luciana Fregolente
 
Me diz pra onde vai você
E o que você não vê
Quando você corre atrás. de quê?
Onde isso vai parar?
Se é que você pensou
Em chegar a algum lugar
Espera o sol desabar no mar
Mergulhar no silêncio
E agora onde está você
Será que já percebeu
Os sonhos que você perdeu. por quê?
É cedo pra desistir
É cedo pra não lembrar
Que o plano era ser feliz
Então me diz pra onde vai você
Tropeçando em si mesmo
Me diz então
Quando você vai ter
Saudade de você
Me diz pra onde vai você
E o que você não vê
Quando você corre atrás. de quê?
É cedo pra desistir
É cedo pra não lembrar
Que o plano era ser feliz
Então me diz pra onde vai você
Tropeçando em si mesmo
Me diz então
Quando você vai ter
Saudade de você



    Às vezes sinto-me tão perdida, tão sem orientação interna do que seria o melhor a fazer, e eu me perco entre o que esperam de mim e entre quem sou e os desejos que tenho. Sei que nada tem que ser perfeito, eu não sou perfeita, e nem queria ser, porque tudo se transforma, o que parecia o fim do mundo pode se tornar uma razão para se viver. Quando ouço as canções do Leoni eu me sinto mais próxima do meu eu, me sinto mais plena e capaz de agir, sinto que há contido nelas respostas para as perguntas que eu sempre elaboro, pois são canções de vida. Adoro muito Leoni!!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Resenha - Filme – Laranja Mecânica




    Em primeiro lugar seria importante entender o significado do título do filme, “Laranja Mecânica”. A laranja em si é natural, assim como o ser humano também é natural, sendo que o ser humano é dotado de vontades, podendo optar por agir de forma boa ou má. Se a laranja é mecânica então não é natural, se o homem é mecânico ele também não é natural em suas escolhas, podemos entendê-lo como um ser manipulado. Um ser humano que é impedido de praticar o mal sendo apenas bloqueado para não agir perversamente por meio de punição não conseguirá desenvolver atos de bondade.
    O filme mostra um jovem, Alex, ele e sua gangue (druguis) espancam pessoas, violenta mulheres, isso para satisfazer instintos sexuais, de agressividade e destruição, por outro lado ele é um apreciador de música clássica (Beethoven). Alex é preso por assassinato, e vem a ser submetido a experiências que tem como objetivo retirar de sua estrutura os instintos de violência.
    A experiência trata-se de um procedimento de condicionamento clássico pavloviano, uma terapia experimental de aversão. Utilizou-se de métodos de punição para que viesse a cessar o comportamento de violência. Deste modo buscando a extinção, ele associaria as ações violentas com as dores a ele provocadas, isso por meio de sessões com utilização de filmes, sob a influência de um novo soro, drogas, dentre outros. E assim Alex é condicionado a responder com fortes náuseas a violência. E como vemos no filme quando ele ganha a liberdade, antes de ser liberto ele passa por uma demonstração dos resultados da pesquisa. Primeiro ele é agredido, e cai no chão tendo fortes náuseas, quando surge ao palco uma mulher seminua ele também não consegue executar seu desejo de violentá-la agressivamente, as náuseas são mais fortes.
   Nesse momento do filme um padre questiona a ética deste experimento, posto que o ser humano seja dotado do livre arbítrio. Por isso pode-se perceber que o filme também é uma crítica a sociedade que controla por meio da punição não levando em consideração a singularidade do sujeito.
   Ainda pensando a questão da ética, os cientistas modificaram o organismo fazendo com que ele respondesse de determinada forma a exposição de violência, e o devolveram ao um ambiente hostil, sem orientação, sem se responsabilizar pelo que poderia vir a acontecer com este sujeito.
    É interessante observarmos como os instintos agressivos não deixaram em momento algum de estar contido no sujeito, ele simplesmente não conseguia manifestá-los. 
    Alex retorna a sua vida, mas não é aceito pela família. Ele é espancado por ex. vítimas, o idoso mendigo, juntamente com mais moradores de rua, dois policiais que eram de sua gangue também o espancam.  Ele vagueia sozinho até chegar à casa de um escritor, onde ele e sua gangue haviam espancado o escritor e violentado sua mulher, que chegou a falecer. O escritor o acolhe, mas descobre quem ele é por ouvi-lo cantar “Singin' in the Rain”, que ele havia cantado enquanto estupravam sua esposa, a partir daí o escritor trata de colher dados para utilizar contra ele, droga-o e tenta fazê-lo suicidar-se com a 9ª sinfonia de Beethoven, que havia erroneamente sido condicionada também a provocar náuseas, pois ela havia sido tocada em um dos vídeos de violência usado no experimento. Alex sobrevive depois de pular da janela do quarto aonde havia sido trancado.
    Depois da recuperação, é notório que ele parece o mesmo de antes, os instintos sexuais e violentos que são seus traços marcantes sendo expostos em sua fala. O governo oferece a Alex algumas boas oportunidades, isso para limpar a imagem que havia ficado do experimento que não havia sido bem sucedido.
    Acredito que poderia sim ser feito um trabalho com este sujeito, mas levando em conta sua singularidade, fazendo uma busca profunda, e conhecendo aspectos a serem reforçados, e aspectos a serem extintos de forma ampla, dando oportunidade ao sujeito de avaliar-se, chegando a conquistar uma assertividade em suas atitudes com relação ao convívio social. 
    O sujeito assertivo proporciona aos indivíduos uma melhor qualidade de vida, pois ele consegue gerir bem suas relações pessoais, o sujeito inassertivo, pode ser passivo demais, no caso do personagem Alex, a questão seria a agressividade, o sujeito agressivo desconsidera os desejos do outro, tentando alcançar os próprios desejos de qualquer forma. Ele é socialmente inapropriado e normalmente é inflexível e rude no trato com os outros.
    Podemos pensar toda essa questão de se encontrar uma forma de tratamento que leve em consideração o sujeito como sendo uma questão ética, respeitando a subjetividade do sujeito, e entendendo nosso papel profissional, como o de uma ajuda, uma orientação para que o sujeito se encontre.

   
Referência Bibliográfica

KUBRICK, Stanley. Laranja Mecânica. São Paulo: Warner Bros, 2002.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mudanças


   
A vida é cheia de surpresas, veja só, me descobri mais forte do que me considerava. Enxerguei em mim possibilidades de sentimentos e formas de lidar com cada um deles que antes eu nem sabia que existiam, me tornei mais livre. Sabe quando se põe algo na cabeça e aquilo se torna uma idéia fixa, pois então, estagnei minhas possibilidades de felicidade a uma única saída que eu enxergava, mas quando dei por mim não era aquilo que eu realmente sentia, eu só estava com medo, e o medo me paralisou.
    As respostas estavam todas comigo, mas eu não as queria ver, busquei respaldo em um sentimento equivoco, e agora tudo mudou e ganhou um sentido maior. A liberdade de pensamento, de querer veio me permitir sair da melancolia, da amargura e partir pra outra atmosfera onde eu posso cuidar de mim e da vida que carrego comigo.
    Hoje eu acordei, e me senti renovada, ciente da importância que cada pessoa tem na minha vida, da necessidade presencial de cada um, mas em primeiro lugar estou eu, pois eu tenho que estar bem para receber cada pessoa da maneira que ela é e como e quando tivermos a oportunidade de compartilharmos momentos.
    A vida é mesmo essa caminhada constante, sempre aprendemos algo, acho que aprendi muito sobre amor, antes eu me via sozinha, agora não, os amores não são iguais. Os sentimentos podem ser conduzidos segundo a maneira como os encaramos, acho que a vida não tem que ser vista de forma tão séria quase rabugenta, porque não é assim que se consegue afeto.
    O amor está em cada um de nós, e temos que buscá-lo dentro da gente, se não se está bem consigo mesmo de nada adiantará buscar no outro, a sede nunca cessara, e as forças do outro se esgotaram. Percebi e vivenciei essa necessidade de me encontrar comigo mesma e me amar como prioridade, e amar ao meu filho (ª) também como prioridade porque ele (ª) é um ser que dependerá de mim, então tenho que estar bem organizada quando ele chegar. Isso tudo me encheu de esperança, aquele desejo incontrolável de ser feliz hoje.
    Essa benção que carrego em meu ventre está fazendo de mim uma pessoa melhor, está me preparando desde já para todas as mudanças que ocorrerão, mudanças essas que me fazem sentir-me especial. O amor é isso, é sentir-se especial e não depender de alguém exclusivamente, mas de todos, pois somos todos filhos de Deus.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tristeza ....


    
Hoje é dia de festa, visto o vestido bordado com linhas em formato de flor, escolho entre os meus sorrisos o mais sincero, maquio a tristeza e danço pra aliviar a alma da dor que tanto a atormenta. Hoje é só mais um dia, não importam os quantos eu tenha que enganar, não importa se é inverno ou é verão, o vestido é sempre o mesmo pra tais ocasiões. 

    De longe vejo minha vida e os rumos que ela pode tomar, mas tudo é tão incerto que dói estar no meio de tanta gente sem conseguir pronunciar uma palavra, pois quando a boca se abre as lágrimas caem. Preciso de um pouco de atenção, preciso de um abraço, ou um aperto de mão, preciso de alguém que me ame. Alguém que me liberte dessa veste, que me transporte para outra galáxia talvez, que desperte em mim outros sentimentos. Preciso ficar bem!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Amor - Sentimento



    Não sei onde começa o amor, se ele começa em mim ou se o conheço pelo outro, o amor é enigmático. Parece uma loucura, pois é loucura buscar afeto de alguém tão diferente, com valores diferentes, ideais de vida às vezes opostos.
    O amor que sinto por mim me faz pronta para amar a outro alguém sem juízos de valor, me faz pronta para também perdoar esse alguém e abrir mão do relacionamento quando assim faz-se necessário. Assim que falo do amor, sempre o meu bem estar em primeiro lugar, mas na prática nem sempre é assim porque é uma fuga minha, me anulo, assim beneficio o outro, ou prejudico ambos, por não dar oportunidade ao outro de conhecer meus sentimentos.  
    Amar é muito mais que dizer “eu te amo”, é muito mais que estar perto o tempo todo, percebo muitas situações em que se tem a pessoa amada perto fisicamente, mas não se sabe nada dela, e mesmo perto continua distante.
    Quando não se tem liberdade para agir de determinado modo perto dessa pessoa, de falar certas coisas, de dizer de si totalmente, nesse ponto deve-se parar e refletir, por que estar com alguém com quem sequer tem confiança para ser plenamente o que é. Por que estar com alguém de quem se tem medo do julgamento moral?
    A hipocrisia reina solta, e as pessoas não têm noção do quanto isso faz mal para elas próprias, se alguém vive fingindo, para o enganado tanto faz, ele não tem consciência da realidade, nem do sacrifício que o outro faz para sempre agradá-lo, quem sofre é quem está fingindo, até porque não dá pra fingir a vida inteira, no fim ele sofre mais.  
    Acho que não estou numa boa fase para falar de amor, mas o tema surgiu e eu o acolhi. O amor não é como nas novelas, nem nas comédias românticas, não é como dizem as músicas melodramáticas, amor é aceitação incondicional, é permitir-se e viver sem arrependimentos, porque o amor não é eterno, ele morre como tudo nessa vida.  
    Amar, amar... Amar sem se anular, e sendo completo ao outro, complicado isso. Mas vale a pena tentar, porque o amor nos faz melhores, mais maleáveis, mais felizes.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

VOA



Quis tanto que me ouvisse, e confiasse em mim, mas sem confiança preferi calar-me.
Por que falaria?
Pra que me humilharia pedindo que ficasse?
Só porque te amo?
Será que vale a pena amar alguém assim?
Vá! Viva seu momento!
Mas não se esqueça que eu te quis de qualquer jeito.
Não peço que se liberte da prisão.
A prisão está em ti.
Aqui e ali, você é livre.
Mas e o coração?
Eu me ajeito, e os amores morrem.
Esvaem-se com o tempo!
Percorrem caminhos de dor e solidão.
Mas no fim tanto faz.
Pode ter sido passatempo ou contratempo!
Estou aqui, estou em paz!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Meu Querer



Se eu quero e você não quer, por que eu iria abrir mão?
Com que direito julgas o meu sentimento?
Com o direito de não ter direito sobre mim irmão?
Quer fazer de minha vida um tormento?
Não sou seu!
Você não é meu!
Dê a si próprio o apaziguamento!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Sexualidade, Maternidade e Psicanálise





Existem mulheres que não desejam ter filhos?

    O desejo de ter filhos é latente nas mulheres, pois seria a compensação por não ser detentora do falo, segundo Freud o objeto de desejo das mulheres não seriam os parceiros e sim os filhos, pois a busca é de uma completude. Concordo com Freud, se percebe isso claramente em observações, mas também não poderia ser diferente, porque o amor por um filho é incondicional.
    Ainda assim acredito que existam mulheres que não desejam ter filhos, mas estas devem estar direcionando sua busca pela completude em outras questões, e para não abrir mão do que é importante para elas optam por não ter filhos.
   Essa decisão por não ter filhos é cada vez mais predominante nos dias atuais, pois as mulheres se focam tanto quanto os homens na questão profissional, também pode haver outras questões que vão da particularidade da mulher. Mas a questão profissional em si, tem tido uma significância muito grande, talvez a mulher atual busque sua completude no profissional, e esse poder que o reconhecimento profissional propícia pode em determinado momento ser a compensação por não ser detentora do falo. Desta forma o sucesso pode fazer com que a mulher se sinta tal qual um homem, não num desejo consciente de ser homem, mas com um desejo inconsciente da busca pela completude, do falo e do poder que é próprio dele.
   O complexo de Édipo vivenciado pela menina é diferente do menino, a menina muda o foco do seu objeto de amor, que primeiramente é a mãe e vem substituí-lo pelo pai, o amor pelo pai faz com que ela desenvolva o ódio pela mãe e deseje ter um filho com o pai. Na fase fálica meninos e meninas são dotados de falo, o que acontece no caso da menina é uma percepção das diferenças existentes entre homens e mulheres, nesse contexto a menina terá que assumir sua sexualidade, tornar-se uma menina e deixar de ser fálica, essa aceitação da feminilidade seria uma escolha que lhe desviaria da masculinidade ou da inibição sexual.
    A superação do complexo de Édipo seria importantíssima para que houvesse o desenvolvimento sexual normal, o que muitas vezes não ocorre por este processo não se dar por completo surgindo assim diversas neuroses, estas subjetivas a cada caso específico.
   O processo de desejo neurótico pode se encontrar nessa necessidade de ter filhos, ou nessa obsessão pelo profissional, geralmente o desejo não se apresenta de forma direta, e embora mascarado ele possa exercer força para realização.
    O desejo é uma pulsão voltada para um objeto que trará satisfação ao sujeito desejante, podendo tratar-se de uma vontade reprimida. Como falamos do complexo de Édipo feminino, pode restar deste, desejos recalcados a nível inconsciente. Uma forma de ter consciência de desejos ocultos é através dos sonhos, nos sonhos o inconsciente se manifesta, comunicando-se com o consciente e desta forma nos revelando fatos que não admitimos.
     As crianças conhecem a repressão sexual desde muito cedo, e esta repressão as acompanha ao longo da vida, a sociedade recrimina de forma severa atitudes que não se adéquam a um padrão, talvez por isso o superego puna tanto as pessoas a cerca de tais desejos desta forma levando-os a nível inconsciente. Nesse contexto podem surgir sintomas neuróticos a cerca da falha do mecanismo de censura, a respeito da teoria da sexualidade Freud fala sobre sinais desta neurose no inicio da vida extra-uterina o que constitui a libido.
    O desejo de ter um filho, ou o desejo pelo profissional seria uma fantasia de se resgatar a completude perdida com a castração.
    Segundo Freud a mulher dita normal, seria aquela que escolheu como objeto de amor o pai e, portanto não amaria a mãe, sendo que por intermédio de um filho poderia anular a castração. Sendo assim os amores posteriores ao amor vivenciado a cerca do pai como objeto de desejo, seria apenas uma repetição, sendo a continuação da busca pelo falo de forma simbólica a busca por um filho.
    A mulher atual, cada vez mais deixa de lado à feminilidade que lhe fazia parecer uma mulher sensível e angelical, ela deixou o posto de mulher passiva, e a busca é por uma igualdade, acredito que nessa busca há fatores conscientes, mas também existe algo inconsciente. O tempo para essas mulheres é cada vez menor, pois o mercado de trabalho ainda é um tanto quanto machista, por isso elas abdicam de outros desejos, por exemplo, o desejo de ter filhos, como já disse antes acredito que existam mulheres que não desejam ter filhos, mas em alguns casos o desejo existe, e não é admitido e isso causa grande sofrimento. Muitas mulheres decidem por cuidar do profissional a fim de conquistar uma estabilidade financeira e aí sim terem seus filhos, mas o fator idade pode vir a influenciar, e essa preocupação com a idade pode desenvolver o medo de não realizar-se em sua feminilidade e desta forma não alcançar uma real completude. 
    Dentre todo esse simbolismo, observamos o poder das pulsões que guiam os desejos ao encontro do objeto que lhes é próprio, e percebemos também a importância da castração para o processo vivenciado no complexo de Édipo. Se a necessidade de ter filhos se trata de desejo inconsciente e talvez como coloquei no texto seja inconsciente também a busca voraz pela realização profissional, acredito que em todos nós sobram resquícios do complexo de Édipo, este que talvez nunca seja superado.

LEITE, MÁRCIO PETER DE SOUZA, Psicanálise: problemas do feminino: O homem supérfluo e o pai necessário. Forbes, J. (org.), Ed. Papirus, Campinas-SP, 1996. Disponível em: http://www.marciopeter.com.br, [Disponível em 27 Agosto 2008].
MITCHEL, J. Psicanálise da Sexualidade Feminina. Rio de Janeiro: Campus, 1988.
PEREIRA, ANA LÚCIA. MION, CÍNTIA RENATA, RAMOS, MARIA DE FÁTIMA, A Sexualidade Feminina. Disponível em: http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos_Psicologia/Sexualidade_Feminina.htm, [Disponível em 10 Junho 2007].

quinta-feira, 17 de março de 2011

Passos Para Uma Mudança Definitiva


O novo bate a porta! E agora?

    Pode ser uma oportunidade de emprego, a possibilidade de fazer um curso, mudar de cidade, conhecer pessoas novas, estar em novos ambientes. No primeiro momento isto parece o máximo, mas num segundo momento as raízes começam a gritar. Como sair do emprego em que se está há anos pra começar tudo de novo, mesmo que tendo um resultado final mais gratificante, como deixar o certo pelo incerto, como se organizar e ter tempo para realizar os sonhos, como sair da cidade natal, deixar a família, os amigos, o gato e o cachorro, e conhecer novas pessoas, o que será que elas acharão como comportar-se nesses novos ambiente?... Interrogações surgem aos montes, o medo paralisa, e as oportunidades passam como tudo na vida!
   O conflito em situações assim é normal, posto que o sujeito esteja organizado em uma situação vivencial, e diante do novo este se desorganize para vir a se organizar novamente, o que não parece normal é que este sujeito não se sinta capaz, ou não se permita a mudança, desta forma estagnando sua vida, acontece não muito raramente de pessoas passarem suas vidas queixando-se por não terem tido esta ou aquela postura diante no novo, da oportunidade.
    Mudar é algo realmente difícil, nos acomodamos muito facilmente, há medo e preguiça em excesso em nós seres humanos.
    Quando a mudança é imposta nos damos conta de nosso potencial, de nossa capacidade de adaptação, de busca, de luta mesmo. Quando se descobre uma doença grave, quando se perde alguém querido, quando se está diante de algo que é inevitável.
    Falando de mim agora, há alguns dias fui pega de surpresa, descobri que estou grávida, a minha situação atual não caberia uma gravidez. Minha rotina é muito pesada, trabalho, faculdade, estágio, tinha dias que nem tinha tempo de me reparar direito, quase que virava a noite estudando, dormia muito pouco e já tinha que ir trabalhar e no meu trabalho tenho horários a cumprir, não há muita flexibilidade na minha rotina. Aí quando me vi diante do novo eu me desorganizei, fiquei louca, chorava muito, tinha e ainda tenho muito medo, porque é uma demanda que exige muita responsabilidade, ser mãe não é apenas pôr mais um sujeito no mundo. Eu demorei um pouco a assimilar a idéia, acho que mesmo tendo feito o exame Beta hCG eu ainda duvidei, sabe por mais que aparentemente eu estivesse forte, por dentro meu mundo tinha caído, não pela criança, mas pela situação. Eu me sinto sozinha, sei que as pessoas estão fazendo o máximo que podem a minha família, o pai do meu bebê, os meus amigos, mas sempre há algo que temos que viver sozinhos, está em mim, no meu interior, são adaptações tanto físicas quanto emocionais mudanças na minha estrutura. Sei que também não posso exigir que as pessoas façam mais por mim do que elas podem fazer, porque foi algo que surpreendeu a todos, se foi um impacto para mim eu fico tentando imaginar como terá sido para os meus pais, e mesmo tendo essa noção sei que ainda não sou capaz de medir o que eles sentem porque cada pessoa é única, e os sentimentos são próprios desta subjetividade, tirei de base a diferença entre a reação da minha mãe e do meu pai, ela ficou louca, ainda não conseguiu se organizar, mas o positivo nela é ela falar tudo que sente mesmo que doa em quem ouvir já o meu pai me acolheu prontamente, e mesmo tendo tido essa atitude tão terna eu sei que ele não esperava por isso. Acho que todos sempre esperaram muito de mim, não me deram nunca o direito de errar, eu sempre tinha que estar ali como uma rocha pra sustentar a família, pra resolver os problemas graves, dar apoio a quem não estivesse bem, foi confiada a mim uma responsabilidade, mas não se preocuparam com quem cuidaria de mim com quem se responsabilizaria por mim e eu fui acumulando um vazio enorme, uma falta, uma carência.
    Não estou dando desculpas... Estou apenas falando dos meus sentimentos diante da mudança.
    Serei mãe, me dedicarei a isso de corpo e alma, agora que consegui acomodar meus sentimentos e aceitar essa nova condição de coração aberto sei que serei uma boa mãe, ou pelo menos me esforçarei ao máximo para isto. Já sinto muito amor por esse ser que está dentro de mim, me preocupo com minha alimentação pra que ele receba o melhor de mim para se desenvolver, e assim venha a nascer com muita saúde. Fico tentando imaginar como ele ou ela será como será seu rostinho, o que terá de mim e o que terá do pai, suas mãozinhas, as dobrinhas, e pensar nisso me faz sentir muita ansiedade, o desejo de ter essa vida nas mãos, mas está dentro de mim e aqui dentro está mais protegido do que aqui fora nesse mundo onde predominam as aparências.
    Estou a poucos passos para uma mudança definitiva, no início pareceu ser algo doloroso em questão da situação confusa que estou vivendo, o novo bateu a minha porta e eu o aceitei, eu busquei me organizar pra recebê-lo de coração aberto, com muito amor. O amor em minha opinião é o sentimento mais importante que podemos cultivar, e não falo de amor comercial, nem de amor “padrão”, até porque nesse momento minha vida não tem nada de padrão, o amor que falo é um amor sublime. O amor e o ódio são os dois maiores afetos que o ser humano pode sentir, na vida eles se misturam, e em certos momentos até nos confundimos quanto a eles, entretanto sempre há um deles que é mais marcante na personalidade de cada pessoa, eu escolhi o amor como meu traço marcante.
    Hoje eu entendo a necessidade de adaptação, se você tiver uma oportunidade de mudar sua vida, mude não se prenda se permita viver emoções, porque a mudança sempre trás consigo algo positivo. Se for um emprego novo que bom, porque nele você pode descobrir o prazer que há tempos já não sente mais no trabalho que virou rotina, pode se sentir mais útil, fazer a diferença, se for mudar de cidade, começar um novo curso que ótimo, porque a chance de viver novas experiências e ainda conhecer novas pessoas é algo muito positivo, é dar-se a oportunidade de ser feliz é dar oportunidade aos futuros novos amigos de conhecer uma pessoa especial. Agora se for uma doença grave também se pode encontrar forças pra lutar pela vida e talvez dar mais valor as pessoas e aos sentimentos, se for a perca de alguém querido que é algo realmente muito doloroso se pode parar pra pensar no próximo, ajudar alguém, fazer bem pra alguém pode causar um alívio nessa difícil volta a realidade, pode-se orar também, ou seja continuar a vida porque com certeza uma pessoa que ama de verdade não quer ver o outro sofrendo e na morte os sentimentos não morrem, isso é mágico. Agora se for como a minha mudança, uma gravidez, sorria, porque é uma vida e uma vida tem sempre que ser festejada. Estou a poucos passos de conhecer o amor incondicional, a maternidade está me causando mudanças irreversíveis e eu estou feliz por ser capaz de cultivar sentimentos tão nobres e de estar tendo maturidade e serenidade para lhe dar com o novo. Obrigada Deus!